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sábado, 19 de novembro de 2011
Canadá terá lei para punir contaminação do meio ambiente
Por Karina Toledo, estadao.com.br/ESTADÃO
O Canadá anunciou neste mês que vai criar uma nova legislação para penalizar as empresas que liberam o BPA no meio ambiente. As empresas terão 60 dias para desenvolver planos que previnam a contaminação. Em comunicado, o ministro do Meio Ambiente, Jim Prentice, afirmou que o BPA 'é persistente, não degrada no meio ambiente e pode ser liberado em quantidades que prejudicam peixes e outros animais'.
Segundo a bioquímica Luciane Ribeiro Neto, da Universidade Federal de São Paulo, estudos feitos no Canadá e nos EUA mostraram que os níveis de BPA são altos na água do sistema de abastecimento. 'Aqui no Brasil não temos dados oficiais, mas a situação não deve ser diferente.'
A contaminação ocorre pelo descarte de resíduos das indústrias que manipulam o bisfenol, como as produtoras de plástico, e pelo descarte inadequado dos produtos no lixões, que infectam o solo e os lençóis freáticos.
http://estadao.br.msn.com
O QUE É BISFENOL A?
O bisfenol-A (BPA), cuja formula é (CH3)2C(C6H4OH)2, é um composto utilizado na fabricação do policarbonato, um tipo de plástico rígido e transparente. É o monômero mais comum entre os policarbonatos empregados em embalagens de alimentos. O BPA é também um dos componentes da resina epóxi (plástico termofixo que endurece quando misturado a um agente catalisador ou “endurecedor”), presente por exemplo no revestimento interno de latas para evitar a ferrugem.
Apesar do plástico ser considerado estável, já se sabe que as ligações químicas entre as moléculas do BPA são instáveis, permitindo que o químico se desprenda do plástico e contamine alimentos ou produtos embalados com policarbonato ou resina epóxi. No caso de aquecimento do plástico, a contaminação por BPA é ainda maior.
ONDE ENCONTRAMOS O BISFENOL-A?
Em grande parte das mamadeiras de plástico;
Em embalagens plásticas para acondicionar alimentos na geladeira, copos infantis, materiais médicos e dentários;
Nos enlatados, como revestimento interno;
Em garrafas reutilizáveis de água (squeeze), garrafões de 5L;
CONSEQUÊNCIAS DO BISFENOL A
O bisfenol-A está presente em produtos no mercado por mais de 120 anos. Estudos demonstram que o BPA não só é um composto onipresente nos seres humanos (alcançou 93% da voluntários em uma ampla pesquisa americana), mas também uma potente toxina mesmo em doses muito baixas. A maioria das pesquisas que afirma a seguridade do BPA foi patrocinada pela indústria que o produz.
Considerado um interferente endócrino, o químico age como alguns dos hormônios presentes no corpo humano e pode comprometer a saúde. Estudos sugerem que a parte mais afetada é o sistema reprodutivo, sendo fetos e bebês os mais vulneráveis à sua exposição.
Estudos realizados associaram o bisfenol-A a uma maior incidência de obesidade, problemas cardíacos, diabetes, câncer na próstata e mama, puberdade precoce e tardia, abortos, anormalidades no fígado em adultos e também problemas cerebrais e no desenvolvimento hormonal em crianças e recém-nascidos. O químico também foi associado a problemas sexuais em homens como a diminuição da qualidade e da quantidade de esperma.
A POLÊMICA DO BISFENOL A
Cientistas, fabricantes e órgãos reguladores concordam em quatro pontos:
Pessoas do mundo civilizado estão em constante exposição ao BPA.
Bebês são os mais vulneráveis à exposição, vinda principalmente das mamadeiras de policarbonato.
O BPA age como estrogênio.
Alguns estrogênios sintéticos causam câncer e infertilidade.
A polêmica envolve a metodologia de alguns estudos já publicados e a definição da quantidade segura para o consumo.
PODEMOS FALAR DE DOSE SEGURA?
Por muito tempo cientistas acreditaram que a solução para o uso de certas substâncias tóxicas era a definição de uma dose segura. Essa filosofia é bem descrita pela frase: a dose é o veneno (the dose is the poison – Paracelsus). O problema é que os químicos classificados como interferentes endócrinos, como por exemplo o BPA, ftalatos e dioxinas não se encaixam nessa definição. Vários estudos comprovaram que mesmo em doses abaixo da recomendada por órgãos reguladores eles causam algum dano à saúde.
O FDA montou um painel de discussão sobre o assunto. De mais de 100 estudos independentes, 90% comprovaram os efeitos negativos do bisfenol-A. Dos 14 estudos patrocinados por empresas químicas, nenhum atestou os efeitos prejudiciais da substância. Vale ressaltar que só nos Estados Unidos a venda do BPA gera cerca de US$ 6 bilhões ao ano. Não é a toa que as empresas produtoras investem nessa batalha.
Estados Unidos e Europa possuem abordagens diferentes em relação a químicos. Nos Estados Unidos para que a substância seja proibida é necessário que seja provado que oferece algum risco. Ou seja, é inocente até prova em contrário. Já na Europa, o princípio utilizado é o de precaução, onde é possível proibir o uso de substâncias se existir a suspeita de que são prejudiciais a saúde. Cabe à industria a prova de que são seguras. Essa foi a abordagem utilizada tanto pela Dinamarca como pela França para a proibição do químico. É importante salientar que ambos os países procuraram basear suas decisões em pesquisas científicas.
HISTÓRICO (O TAO DO BISFENOL)
O Bisfenol foi sintetizado pela primeira vez em 1891. Foi pouco utilizado até a década de 30, quando cientistas descobriram que o BPA poderia ser empregado como um estrogênio artificial (Dodds 1938). Mais tarde outro novo composto sintético foi considerado mais efetivo, DES – dietilestilbestrol , no entanto sua utilização foi proibida pelo fato do DES ser associado ao câncer no sistema reprodutivo de recém-nascidas do sexo feminino cujas mães consumiram DES durante a gestação. Esse fato deveria ter servido de alerta para a possibilidade do Bisfenol também apresentar propriedades tóxicas, o que depois foi confirmado.
Em 1950 um outro emprego foi descoberto para o Bisfenol. Na produção de plástico sua adição torna o material mais maleável e menos propenso a rachaduras. Entre 1980 e 2000, a produção de Bisfenol nos Estados Unidos cresceu 500%. Hoje é um componente onipresente em plásticos produzidos a partir de policarbonato transparente e é um negócio altamente lucrativo.
Em 2010, a utilização do Bisfenol está sendo seriamente questionada em vários países após estudos o relacionarem a uma série de problemas de saúde.
RISCOS À SAÚDE
Câncer
A maior parte das pesquisas com bisfenol-A menciona sua relação com o câncer de próstata e de mama. Neste ano, o químico recebeu atenção especial no Relatório Anual de Combate ao Câncer nos Estados Unidos (President’s Cancer Panel).
Disfunções Sexuais
O químico está associado à disfunções sexuais como a diminuição da qualidade e quantidade de esperma em homens adultos, puberdade precoce e tardia em adolescentes. Transferido da mãe ao feto pela placenta, estudos já associaram a exposição ao BPA à certas mudanças epigenéticas em fetos e bebês comprometendo a reprodução. Devido ao metabolismo frágil, bebês estão muito mais vulneráveis aos tóxicos. Apesar do efeito concentrado em fetos e bebês, as doenças se revelam na puberdade ou na fase adulta.
Obs: No Brasil, a maior parte das mamadeiras plásticas e copos infantis feitos com policarbonato utilizam bisfenol-A. Os efeitos negativos do BPA são tão evidentes nas pesquisas feitas com crianças que os países que proibiram o químico, vetaram sumariamente o uso de policarbonato em mamadeiras e copos infantis.
Outras doenças associadas ao bisfenol-A
• Hiperatividade;
• Autismo em crianças e adolescentes;
• Problemas cardíacos;
• Diabetes.
Muitos estudos são realizados em animais de laboratórios e por isso refutados, já que os efeitos em humanos não são sempre os mesmos. Por outro lado é comum iniciar o estudo de substâncias químicas potencialmente tóxicas em animais e só depois expandí-los para humanos.
Foram realizados alguns estudos referentes a absorção do bisfenol-A e o tempo que o corpo leva para processar e expelir o químico. A permanência do bisfenol-A é bem maior do que se esperava, sugerindo que o alto nível de BPA presente nas pessoas não tem como fonte somente as embalagens plásticas relacionadas à alimentação.
BISFENOL A NO MUNDO
Nos Estados Unidos, quatro estados (Minnesota, Washington, Connecticut e Wisconsin) e algumas cidades, incluindo Chicago e Rockford, proibiram sua utilização em produtos infantis. Tanto o FDA quanto o EPA declararam o bisfenol-A preocupante e estão revisando sua posição em relação ao uso do BPA. Sucessivas pesquisas realizadas em universidades norte-americanas continuam divulgando conclusões sobre os malefícios que o químico pode causar à saúde.
Canadá, Costa Rica e Dinamarca já proibiram seu uso.
Recentemente, a União Europeia e a China também proibiram a fabricação e a comercialização de mamadeiras que contenham o bisfenol-A.
BPA – USA
No que concerne aos padrões de consumo estabelecidos pelo governo nos Estados Unidos, o FDA publicou uma nova análise em janeiro de 2010 onde manifesta preocupações sobre possíveis riscos à saúde provocados pelo bisfenol-A:
“Estudos utilizando testes de toxidade confirmaram que o nível baixo de exposição ao BPA não era prejudicial à saúde. No entanto, considerando testes recentes onde novas bordagens foram realizadas, levando em conta efeitos colaterais mais sutis, tanto o National Toxicology Program at the National Institutes of Health quanto o FDA demonstram preocupação sobre os possíveis efeitos do BPA no cérebro, no comportamento e na próstata de fetos, bebês e crianças”.
O FDA está dando os primeiros passos para reduzir a exposição ao BPA em produtos alimentares. Esse passos incluem:
Apoiar ações de indústrias para interromper a produção de mamadeiras e copos infantis, para o mercado americano, que possuam BPA em sua composição;
Incentivar o desenvolvimento de alternativas ao BPA para a parte interna de latas de leite destinadas a bebês;
Apoiar tentativas de substituição ou diminuição dos níveis de BPA em outros tipos de latas.
Apoiar uma mudança mais severa na regulamentação do BPA;
Buscar a participação da população e também opiniões externas nas pesquisas sobre o BPA;
Apoiar as recomendações do Department of Health and Human Services no que diz respeito à alimentação de bebês e a preparação de comida para a redução da exposição ao BPA.
O FDA não está recomendando que famílias deixem de usar leite ou alimentos para bebês pois os benefícios de uma nutrição balanceada ultrapassam o risco potencial da exposição ao BPA.
A cidade de Chicago, em maio de 2009, e Rockford, em março de 2010, proibiu a venda de mamadeiras e copos infantis com BPA. Também esse ano, os estados de Washington, Minnesota, Wisconsin e Connecticut também proibiram a venda de mamadeiras e copos infantis com BPA. Em abril de 2010, o EPA (EnvironmentalProtectionAgency) também divulgou que está reavaliando o uso do bisfenol-A. O jornal JournalSentinel de Milwakee(Wisconsin) mantém uma seção discutindo o assunto.
1998 - Governo canadense declara o bisfenol-A uma substância tóxica.
BPA – CANADÁ
Março, 2010 O país decide proibir a comercialização de mamadeiras, chupetas e outros artigos para bebês que contenham plásticos com bisfenol-A. Há 12 anos as lojas do Walmart no país não vendem produtos para alimentação infantil que contenham BPA. Outras empresas do ramo seguiram a mesma iniciativa*.
O movimento no Canadá contra o bisfenol-A impulsionou o debate ao redor do mundo e se transformou em um case de sucesso na luta a favor de melhor regulamentação de químicos.
Ver o conteúdo oficial da proibição em: OrderAmendign Schedule I to theHazardousProdutsAct (bisphenol-A)
Para acessar o tema: ToxicNation
FRANÇA
Junho, 2009 A AFFSA (Anvisa francesa) é instruída para reexaminar a aprovação do BPA. Na Dinamarca, em maio de 2009, o parlamento já tinha aprovado uma resolução pedindo a proibição do BPA em mamadeiras.
Março, 2010 Senado francês aprova lei proibindo o uso do BPA em embalagens alimentícias, principalmente em mamadeiras. Os políticos afirmam que a publicação de inúmeros estudos alertando sobre os problemas de saúde causados pela presença do policarbonato foi o que os incentivou a fazer a proposta.
Abril, 2010 A AFFSA conclama a indústria alimentícia a divulgar no rótulo a presença do bisfenol-A. No mesmo mês, o BPA foi proibido na Dinamarca.
Na Inglaterra a polêmica ganha força com artigos muito críticos ao bisfenol-A do jornal Independent.
BPA – EUROPA
Junho, 2008 Comissão Européia publica um relatório atualizado da União Européia sobre o levantamento de risco do bisfenol-A. O documento conclui que produtos com BPA – como o plástico de policarbonato e resinas epóxi – são seguros para o consumo e para o meio ambiente quando utilizados corretamente.
Outubro, 2008 A EFSA (European Food Safety Authority) declara que após a publicação dos resultados da pesquisa de Lang – Associação da concentração de bisfenol-A com problemas de saúde e anormalidades em laboratório em adultos – não havia motivos para a revisão da dose diária tolerável (TDI – Tolerable Daily Intake) para o BPA de 0.05 mg/kg de peso corporal.
2009 Estudo científico critica os processos do relatório de risco da exposição à disruptores endócrinos, incluindo o BPA.
Dezembro, 2009 O Ministério do Meio Ambiente da União Européia publica um relatório expressando preocupação com os resultados de pesquisas recentes que demonstraram efeitos nocivos da exposição a disruptores endócrinos. O documento incentiva novas pesquisas sobre o tema.
Novembro, 2010 A União Europeia anuncia a proibição do químico bisfenol-A em mamadeiras plásticas
Março, 2011 Entra em vigor a proibição do uso de bisfenol-A na fabricação de mamadeiras plásticas produzidas em território europeu.
Junho, 2011 Entra em vigor a proibição de importação e comercialização de mamadeiras que contenham o bisfenol-A.
CHINA
Em junho de 2011, o Ministério da Saúde da China, juntamente com cinco outras entidades governamentais, anuncia a proibição imediata do uso de bisfenol-A na produção de mamadeiras. Além disso, anuncia para setembro que também será proibida a importação e a venda de mamadeiras que contenham o químico dentro do país. Quem infringir a lei estará sujeito à condenação da pena de morte.
Representantes governamentais chineses também pediram mais rigidez por parte das agencias de alimentos na fiscalização dos fabricantes de mamadeiras para garantir que se adaptem à medida.
BISFENOL – BRASIL
No dia 15 de setembro de 2011 a Anvisa proibiu mamadeiras com bisfenol A a partir de janeiro de 2012.
Até setembro de 2011 diretiva da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil) é normalizada junto ao Mercosul, foi revista em março de 2008 (Resolução Anvisa nº 17, de 17 de março de 2008) e baseia-se em lei da Comunidade Européia de 2004 (ComissionDirective 2004/19/EC).
Para o bisfenol-A, o limite de migração específico (LME) permitido das embalagens para os alimentos e bebidas é de 0,6 mg/kg de material plástico.
Em junho de 2011, a Câmara Municipal de Piracicaba, importante cidade localizada no interior de São Paulo a 160 quilômetros da capital, aprovou a lei que proíbe a comercialização de mamadeiras, chupetas, alimentos e bebidas que contenham o químico bisfenol-A. A lei aguarda apenas a sanção do prefeito.
Duas semanas depois, a Câmara Municipal de Americana, no interior de São Paulo, também apresentou projeto semelhante para ser votado na Casa.
Em Curitiba, o vereador Aladim Luciano (PV) propôs lei banindo o bisfenol. Apresentado na Câmara de Curitiba, em março de 2010, o projeto prevê a proibição da fabricação, fornecimento e comercialização de mamadeiras e brinquedos infantis compostos por elementos plásticos que liberem o poluente orgânico persistente bisfenol-A (BPA).
Além disso, está em tramitação na Câmara dos Deputados, em Brasília, um Projeto de Lei que propõe a proibição do bisfenol A em mamadeiras e embalagens de alimentos em todo o território brasileiro.
PRODUTOS QUE PODEM CONTER BISFENOL
Plástico de policarbonato (65%)
- Revestimento resistente ao impacto (vidros)
- Luminárias externas
- Componentes de eletrodomésticos
- Componentes de artefatos elétricos e eletrônicos.
- CDs
- Componentes automotivos
- Garrafas Reutilizáveis
- Recipientes para alimentos e bebidas
- Óculos escuros
- Prateleiras de geladeiras
- Utensílios alimentares
Resina Epóxi (30%)
- Revestimentos
- Revestimento para recipientes de alimentos e bebidas
- Laminados Elétricos para placas de circuito impresso
- Composites
- Adesivos
- Tintas
- Esmalte de unha
Outros (5% )
- Pesticidas
- Antioxidantes
- Materiais não inflamáveis
- Fluído de freio
Estabilizador de borracha e PVC
Canos
Selador dental
Aditivo de papel térmico
Filtros de água
Canos reforçados
Pisos
Isolante elétrico
A diretiva da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil) é normalizada junto ao Mercosul, foi revista em março de 2008 (Resolução Anvisa nº 17, de 17 de março de 2008) e baseia-se em lei da Comunidade Européia de 2004 (ComissionDirective 2004/19/EC).
Para o bisfenol-A, o limite de migração específico (LME) permitido das embalagens para os alimentos e bebidas é de 0,6 mg/kg de material plástico.
No momento, o Projeto de Lei do deputado Beto Faro (PT-PA), que está sendo analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, tramita em caráter conclusivo.
O Projeto proíbe a produção, a importação e a comercialização de embalagens, equipamentos e outros produtos para lactantes e crianças da primeira infância que contenham em suas composição o bisfenol-A.
Em Curitiba, o vereador Aladim Luciano (PV) propôs lei banindo o bisfenol. Apresentado na Câmara de Curitiba, em março de 2010, o projeto prevê a proibição da fabricação, fornecimento e comercialização de mamadeiras e brinquedos infantis compostos por elementos plásticos que liberem o poluente orgânico persistente bisfenol-A (BPA).
BPA – YOUTUBE
• Bisphenol-A County may ban baby bottles. CNN’s Elizabeth Cohen reports.CNN . 5 mar. 2009.
• Entrevistas, oradores y mas clips de la manifestación en contra del BPA el 26 de agosto 2009 en
Sacramento, California. Gracias a Californians for a Healthy and Green Economy (CHANGE) –
8 nov. de 2009.
• Frederick vomSaal – Estamosenvenenados – FDA estánosmatando. Curators’ Professor –
Division of Biological Sciences – College of Arts & Science – Rutgers University, Ph.D., 1976. 6 mai. 2008.
• O bisfenol contaminaosalimentos(Bisphenol-A (BPA) Contaminating Our Food). FOX. 6 abr. 2009.
• Garrafasplásticasassassinas(Plastic Bottle Killers). 1 jun. 2009
VAZAMENTO DE PETRÓLEO NA BACIA DE CAMPOS/O tamanho do estrago
Notícia - 16 - nov - 2011
Primeiro vazamento de petróleo no Brasil, acidente com Campo da Chevron se assemelha ao do Golfo do México e alerta sobre moratória em Abrolhos
Na imagem, detectada pelo satélite Modis, da Nasa, o Greenpeace destaca a extensão da mancha de óleo causada pelo vazamento no poço da Chevron, na Bacia de Campos.
Completada uma semana desde que veio a público o derrame de petróleo da empresa Chevron no Campo de Frade, na Bacia de Campos, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) finalmente se pronunciou e estima que o vazamento possa chegar a mais de 330 barris, ou mais de 50 mil litros de petróleo a cada 24 horas. Primeiro vazamento desse tipo no Brasil, o acidente reproduz a história do Golfo do México. Por sinal, a plataforma SEDOC 706, que perfura os três poços da Chevron de onde saiu o vazamento, é da mesma empresa que operava com a BP no triste episódio mexicano, a Transocean.
A área da mancha de óleo avistada em alto-mar, e que já foi detectada pelos satélites da Nasa, foi estimada pela Chevron no último domingo em 163 quilômetros quadrados. No entanto, após ver as imagens divulgadas pela Nasa, o geógrafo John Amos, diretor do site SkyTruth, especializado em interpretação de fotos de satélites com fins ambientais, concluiu que o derrame pode chegar a 3.738 barris por dia, mais de dez vezes o que a ANP afirmou. Com isso, não se pode confiar em mais nada.
“A causa ainda é desconhecida. A Chevron declara que o vazamento é resultado de uma falha natural na superfície do fundo do mar, e não no poço de produção no campo de Frade. Mas essa falha natural não aparecia no Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O que aconteceu em Frade para a ‘falha natural’ começar a jorrar petróleo? Onde está o EIA de Frade, para que a população possa acessá-lo?”, questiona Leandra Gonçalves, da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace.
A ANP aprovou, no último domingo, o Plano de Abandono apresentado pela Chevron para o poço 9-FR-50DP-RJS, onde ocorreu o vazamento. O plano prevê usar lama pesada para fechá-lo. Em seguida será usado cimento para extinguir o poço de forma definitiva. Segundo o cronograma previsto, o vazamento deverá ser controlado nos próximos dias e o procedimento deve ser concluído até a próxima semana.
Na semana passada, logo que o vazamento veio à tona, a presidente Dilma Rousseff determinou “atenção redobrada e uma rigorosa apuração das causas do acidente, bem como de suas responsabilidades”.
“A declaração da presidente indica alguma preocupação do país com casos como esse, mas ainda falta seriedade, agilidade e transparência à ANP, que apenas ontem divulgou qualquer tipo de informação sobre o vazamento à população. Esperamos agora que as autoridades públicas cumpram sua ordem e sejam transparentes com as informações”, afirmou Leandra.
Enquanto isso, a população se pergunta se a ANP recebeu as imagens da mancha, e se continua a considerá-la um “pequeno vazamento”. A foto da Nasa é uma prova de que não são apenas umas gotas inofensivas, mas uma imensa mancha negra de óleo no meio do oceano.
Em nota, a ANP responsabiliza inteiramente a Chevron pelo acidente e pela contenção do vazamento. No entanto, a Petrobras detém 30% da produção, e mesmo assim não foi nem sequer perturbada. Além de não ter oferecido à população informações claras sobre o caso e suas possíveis conseqüências, a petroleira possui uma estrutura de contenção insuficiente, e por isso está sendo socorrida por outras empresas do ramo.
“Vazamentos como este mostram que a exploração de petróleo em alto-mar não é segura nem no Golfo do México, nem no Brasil”, afirma Leandra. “Isso apenas reforça a necessidade urgente de uma moratória para a exploração do petróleo na região de maior diversidade do Atlântico Sul, o Parque Nacional Marinho de Abrolhos”, conclui.
Assine e divulgue a petição: petróleo em Abrolhos, não.
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Petroleo-nada-transparente/
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
CNBB: Agenda socioambiental não pode ser atropelada por questão econômica
Nesta terça-feira (31), o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável participou da audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no Senado Federal, para debater o projeto de lei que altera o Código Florestal (PLC 30/2011).
Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), argumentou que a agenda econômica não deve estar acima da agenda ambiental e social na legislação.
Segundo ele, é necessário que existam regras em defesa da agricultura familiar e que sejam mantidas as Áreas de Preservação Permanente (APPs), com o intuito de evitar enchentes e deslizamentos de terras. “Precisamos estabelecer um Código Florestal ético acima de tudo”, afirmou.
Por sua vez, o advogado do Instituto Socioambiental (ISA), Raul do Valle, definiu que um dos problemas centrais do projeto de lei é a anistia que “embora sem usar esse nome, desobriga o pagamento multas pelo desmatamento ilegal e ainda desobriga de recuperar beiras de rio e topos de morro, entre outros locais a serem recuperados”. Enfatizou ainda que a data de corte para esse “perdão” não pode ser 2008, como prevê o substitutivo do Código Florestal, no máximo 2001 quando teve a última normatização ambiental.
“É preciso retroceder a data da anistia. Não pode ser o ano de 2008. Porque, nesse caso, é como se nada tivesse acontecido”, argumentou Raul do Valle. Lembrando que quando o projeto tramitava na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ), chegaram a ser apresentadas duas emendas que buscavam retroceder a data de corte. Uma, do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), sugeria o ano de 2001, enquanto outra, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), propunha o ano de 1998.
José Batista de Oliveira, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), defendeu que a legislação inclua medidas de proteção aos agricultores familiares - inclusive assentados de reforma agrária, indígenas, quilombolas e ribeirinhos, entre outros. Para ele, o país precisa mudar o modelo agrícola brasileiro para ampliar a produção de alimentos, que avançou sobre os recursos naturais. “Não é desmatando, envenenando [com uso de agrotóxicos] ou usando práticas arcaicas como o trabalho escravo que avançaremos”, ressaltou.
Durante o debate, o senador Blairo Maggi (PR-MT) reafirmou sua posição de defesa dos pequenos produtores e da manutenção das atividades desenvolvidas nessas propriedades, mesmo que em áreas de preservação.
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) já aprovou parecer à matéria, que agora está em andamento nas comissões de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) com previsão de votação no dia 8/11.
Coleta de assinaturas
Enquanto o debate ocorre no Senado, os Comitês Estaduais em Defesa das Florestas do Desenvolvimento Sustentável seguem coletando assinaturas para a campanha #florestafazadiferenca e fazem a 1ª Convocação para Contagem e Entrega dos Abaixo-assinados, nesta terça-feira (1/11).
A convocação é dirigida a todos os comitês regionais, organizações da sociedade e pessoas físicas que participaram do processo. Para tanto, os participantes devem enviar o número de assinaturas coletadas para os emails comiteflorestas@gmail.com e rejane.pieratti@gmail.com e, além disso, devem enviar os formulários assinados para o Comitê.
“É importante lembrar que essa primeira convocação não significa o fim da coleta; pelo contrário, agora é que todos precisam unir esforços”, alerta Carolina Stanisci, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). Além de amanhã, estão programadas duas convocações – 15/11 e última semana de novembro – para balanço do movimento de assinaturas.
Essa é mais uma iniciativa da sociedade organizada, atenta e mobilizada para cobrar dos parlamentares postura coerente para evitar mudanças no Código Florestal que impliquem mais desmatamento de áreas naturais e da vegetação ao longo dos rios, nascentes e riachos e também anistia para crimes ambientais.
Participe também pelo site http://www.florestafazadiferenca.org.br/assine/
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